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Caieiras,15/03/2025

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Colostomia definitiva: entendendo o procedimento e seus impactos

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As estomias são derivações do trato digestivo para a pele. Quando indicadas, podem ser temporárias ou definitivas e realizadas em qualquer altura do sistema digestivo, desde o esôfago, passando pelo estômago e intestino delgado, até o intestino grosso, também chamado de cólon.


A colostomia definitiva (exteriorização do intestino grosso para a parede do abdome) é um procedimento cirúrgico realizado quando não há possibilidade de restabelecer o trânsito intestinal natural. Embora possa representar um desafio inicial para o paciente, ela proporciona alívio dos sintomas e pode melhorar significativamente a qualidade de vida. Neste artigo, abordamos suas principais indicações, cuidados essenciais e impactos emocionais.


1. Indicações e Benefícios da Colostomia Definitiva


A colostomia definitiva é indicada quando há a necessidade de desviar permanentemente o trânsito intestinal, seja por doenças malignas, inflamatórias graves ou lesões irreversíveis no cólon. As principais condições incluem:



  • Câncer colorretal avançado, especialmente em casos que envolvem a ressecção total do ânus e do reto e/ou a impossibilidade de uma anastomose segura.

  • Doenças inflamatórias intestinais em estágio avançado ou sem possibilidade de controle clínico, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn, quando há complicações como megacólon tóxico ou perfuração intestinal.

  • Traumas abdominais graves, nos quais a reconstrução do trânsito intestinal é inviável devido à extensão das lesões.

  • Malformações congênitas, como ânus imperfurado e síndrome de Hirschsprung, que podem inviabilizar a evacuação natural.


Embora a colostomia definitiva seja um procedimento irreversível, ela pode melhorar significativamente a qualidade de vida, reduzindo a dor, prevenindo infecções graves e proporcionando mais controle sobre as funções intestinais.


2. Cuidados e Adaptação ao Uso da Bolsa de Colostomia


A adaptação ao uso da bolsa de colostomia exige mudanças na rotina e atenção especial a alguns cuidados essenciais.



  • Higiene e manutenção da bolsa: trocar a bolsa regularmente para evitar vazamentos e infecções.

  • Manter a pele ao redor do estoma limpa e seca, utilizando barreiras protetoras para prevenir dermatites.

  • Alimentação e controle intestinal: evitar alimentos que causem gases ou constipação, como feijão, vegetais crucíferos e carnes vermelhas gordurosas.

  • Aumentar a ingestão de fibras solúveis e líquidos para manter a consistência adequada das evacuações.


Adaptação à rotina e vida ativa



  • Usar roupas confortáveis que não pressionem a bolsa.

  • Explorar acessórios como cintas de suporte para maior discrição e segurança.


3. Aspectos Psicológicos e Apoio ao Paciente


O impacto emocional da colostomia definitiva pode ser significativo, exigindo suporte adequado para a adaptação.



  • Autoestima e aceitação: a mudança na imagem corporal pode afetar a autoestima e a aceitação do novo estilo de vida. Estratégias como aconselhamento psicológico e suporte de grupos podem auxiliar nesse processo.

  • Apoio psicológico e social: o suporte emocional, tanto profissional quanto familiar, é essencial para evitar transtornos como ansiedade e depressão.

  • Vida social e intimidade: manter uma vida social ativa e satisfatória pode ser um desafio inicial, mas o diálogo aberto com parceiros e amigos, bem como o uso de recursos como bolsas mais discretas, pode facilitar essa adaptação.


Conclusão


A colostomia definitiva é um procedimento que pode ser muito desafiador para o paciente e, por isso, só é indicado quando não há outra opção segura ou viável. Apesar dos desafios iniciais, é possível levar uma vida ativa e saudável. A educação sobre os cuidados diários, o suporte psicológico e a troca de experiências com outros pacientes são fundamentais para a adaptação. Com acompanhamento adequado, é possível recuperar a autoconfiança e manter uma rotina plena e satisfatória.


Antonio Couceiro Lopes (CRM 100656 SP | RQE 26013)

Cirurgião do Aparelho Digestivo


Referências

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