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Caieiras,12/03/2025

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Do bate-boca ao acordo de cessar-fogo: os altos e baixos da relação entre Ucrânia e o governo Trump

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Ucranianos concordaram em aceitar proposta dos EUA para interromper o conflito com a Rússia. Decisão ocorre 11 dias após Trump e Zelensky discutirem na Casa Branca. Ucrânia concorda com proposta para cessar-fogo com a Rússia; saiba o que acontece agora
Onze dias. Esse foi o tempo necessário para que a Ucrânia superasse um bate-boca histórico entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky na Casa Branca e concordasse com um possível acordo de cessar-fogo com a Rússia. As negociações ocorreram na terça-feira (11), na Arábia Saudita.
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A guerra entre Ucrânia e Rússia começou em fevereiro de 2022, quando os russos invadiram o território ucraniano. À época, a Rússia alegou estar realizando uma "operação" para "desnazificar" o território ucraniano, o que levou Europa e EUA a saírem em defesa da Ucrânia.
Após três anos de apoio incondicional, Estados Unidos e Ucrânia entraram em "montanha-russa diplomática". Se, antes da chegada de Trump à Casa Branca, o governo ucraniano via os americanos como seus principais aliados, agora Kiev observa uma crescente aproximação entre EUA e Rússia.
🕒 Veja a seguir uma linha do tempo:
🤝🏻 Parceria: Durante o governo Biden, os EUA foram aliados de primeira hora da Ucrânia. Com a mudança na presidência, a relação entrou em crise, e Trump começou a se aproximar da Rússia.
🗣️ Bate-boca na Casa Branca: O ápice da crise aconteceu em 28 de fevereiro, quando Trump e Zelensky discutiram na frente de jornalistas, em uma cena sem precedentes na diplomacia mundial. O ucraniano chegou a ser taxado de ingrato.
🙋🏻‍♂️ Acenos de Zelensky: Após o embate, o presidente ucraniano tentou uma reaproximação. Ele foi às redes sociais e concedeu entrevistas para agradecer o apoio dos EUA, chegando a afirmar estar pronto para trabalhar sob a liderança de Trump.
❌ Fim da ajuda militar: Trump determinou a suspensão do apoio militar e do envio de informações de inteligência à Ucrânia. Ele afirmou que só voltaria a conversar com Zelensky quando este estivesse pronto para negociar a paz.
💥 Acordo de cessar-fogo: Autoridades dos EUA e da Ucrânia se reuniram na Arábia Saudita para discutir a guerra. Após oito horas de negociação, o governo ucraniano aceitou uma proposta de trégua elaborada pelos americanos.
Para mais detalhes sobre os avanços e recuos da relação entre Trump e a Ucrânia, clique nos temas acima ou continue a leitura abaixo.
🤝🏻 Parceria
O presidente dos EUA, Joe Biden, se encontra com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante uma viagem não programada ao país em guerra em 20 de fevereiro de 2023
Divulgação
Quando a guerra entre Ucrânia e Rússia começou, em fevereiro de 2022, o democrata Joe Biden era o presidente dos Estados Unidos. Antes mesmo do início do conflito, o governo americano já demonstrava preocupação com uma possível invasão russa ao território ucraniano.
Com o início da guerra, Europa e Estados Unidos fizeram uma pressão global para punir a Rússia. Como resultado, o país enfrentou uma série de sanções e ficou, de certa forma, isolado no cenário internacional.
Biden se tornou um dos principais aliados de Zelensky. O presidente americano chegou a visitar a Ucrânia durante o conflito, enquanto o ucraniano fez várias viagens a Washington para discutir o apoio militar e financeiro.
Os Estados Unidos se tornaram um dos principais financiadores da Ucrânia, fornecendo dinheiro e armamentos para a defesa do país. Inicialmente, esses recursos só poderiam ser usados dentro do território ucraniano para repelir ataques russos.
Em 2024, Biden cedeu às pressões de Zelensky e passou a autorizar o uso de mísseis americanos para ataques contra alvos dentro da Rússia. No mesmo ano, os EUA também entregaram caças F-16 para Kiev.
"A Rússia nunca vencerá na Ucrânia, nunca", disse Biden.
A relação começou a estremecer após as eleições americanas de novembro de 2024. A Ucrânia temia uma redução no apoio militar, já que vários membros do partido de Donald Trump defendiam essa medida.
Com a posse de Trump em janeiro de 2025, os EUA deram sinais de reaproximação com a Rússia. O próprio presidente chegou a elogiar Vladimir Putin, afirmando que confiava nele.
Além disso, Trump passou a cobrar da Ucrânia um retorno pelo investimento americano no conflito. Ele condicionou a continuidade do apoio a um acordo de exploração de minérios ucranianos, alegando que essa seria uma forma de reaver do dinheiro dado pelos EUA.
Especialistas em relações internacionais alertaram que Trump adotou parte da narrativa russa sobre a guerra, o que gerou preocupação na Europa. Líderes passaram a temer um fortalecimento da Rússia no pós-guerra e possíveis novas invasões no futuro.
🗣️ Bate-boca na Casa Branca
Veja trechos do bate-boca entre Trump, Zelensky e JD Vance
No dia 28 de fevereiro, Zelensky se reuniu com Trump e o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, na Casa Branca. No início do encontro, aberto à imprensa, houve um bate-boca. A cena foi transmitida ao vivo para todo o mundo, em um episódio sem precedentes na diplomacia mundial.
Tudo começou quando um jornalista fez uma pergunta sobre a Polônia, mencionando a preocupação dos poloneses com a aproximação entre Estados Unidos e Rússia.
Ao comentar o assunto, Vance afirmou que o caminho para a prosperidade estava no "engajamento na diplomacia", criticando as ações do governo Biden.
Zelensky se incomodou com o comentário e disse que, desde que a Crimeia foi anexada pela Rússia, em 2014, nenhum presidente americano tentou deter Putin. "Que tipo de diplomacia, J.D., você está falando?", questionou.
Vance retrucou, acusando o líder ucraniano de ser desrespeitoso e dizendo que ele deveria demonstrar mais gratidão pelo apoio dos EUA.
Diante da discussão, Trump levantou a voz e acusou Zelensky de "jogar cartas", apostando com a vida de milhões de pessoas.
"Você está apostando na Terceira Guerra Mundial. E o que você está fazendo é muito desrespeitoso com este país", disse Trump, irritado.
Trump também afirmou que Zelensky só tinha o poder de agir como "um cara durão" graças ao apoio dos EUA. Por fim, pressionou a Ucrânia a aceitar o acordo de exploração de minérios: "Ou vocês fazem um acordo, ou estamos fora".
Zelensky saiu da Casa Branca sem assinar o tratado.
Trump, por sua vez, declarou que só voltaria a conversar com o líder ucraniano quando ele estivesse pronto para negociar a paz.
🙋🏻‍♂️ Acenos de Zelensky
Zelensky volta a pedir apoio dos EUA em entrevista depois de bate-boca com Trump
Jose Luis Magana/AP
Horas após a discussão na Casa Branca, Zelensky adotou um tom mais moderado, buscando reaproximação com os Estados Unidos.
Mesmo contando com apoio da Europa no episódio, Zelensky foi às redes sociais para agradecer a Trump, ao Congresso americano e ao povo dos EUA pelo suporte na guerra.
No mesmo dia, em entrevista à Fox News, ele reforçou sua gratidão, mas deixou claro que não iria se desculpar pela confusão.
Ainda na entrevista, Zelensky também reconheceu que o apoio dos EUA era essencial para a Ucrânia derrotar a Rússia.
"Somos gratos ao presidente e, claro, ao Congresso. Mas, antes de tudo, ao seu povo [americano]", afirmou. "Queríamos muito ter todas essas relações fortes. E nós as teremos."
Nos dias seguintes, o presidente ucraniano seguiu fazendo gestos aos EUA. No dia 4 de março, ele declarou estar pronto a trabalhar sob a liderança de Trump.
❌ Fim da ajuda militar
Donald Trump chega à Casa Branca no dia 9 de março de 2025
REUTERS/Annabelle Gordon
Três dias após o bate-boca na Casa Branca, Donald Trump suspendeu o envio de ajuda militar à Ucrânia, marcando uma virada sem precedentes no conflito.
Segundo a mídia americana, a ideia da suspensão começou a ser estudada horas após a discussão entre Trump e Zelensky. O presidente americano já vinha dando sinais de que poderia tomar essa medida e voltou a sugerir que o líder ucraniano era ingrato.
"Esta é a pior declaração que Zelensky poderia ter feito, e a América não vai tolerar isso por muito mais tempo!", escreveu em uma rede social.
No dia 3 de março, o governo dos EUA anunciou oficialmente a interrupção e reavaliação da ajuda militar à Ucrânia.
À Reuters, uma autoridade americana justificou a decisão afirmando que Trump estava focado na paz e que a suspensão do suporte militar poderia contribuir para esse objetivo.
Dois dias depois, os Estados Unidos também suspenderam o envio de informações de inteligência para a Ucrânia.
O conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, resumiu a nova postura americana: "Nós estamos dando um passo atrás".
💥 Acordo de cessar-fogo
Autoridades de Estados Unidos e Ucrânia se reúnem na Arábia Saudita para discutir guerra com a Rússia, em 11 de março de 2025
REUTERS/Mohammed Benmansou
A pressão dos Estados Unidos levou a um encontro entre autoridades americanas e ucranianas na Arábia Saudita, na terça-feira (11). Durante oito horas, as delegações dos dois países discutiram os rumos da guerra.
Ao fim do encontro, a Ucrânia aceitou uma proposta dos EUA para um cessar-fogo imediato de 30 dias com a Rússia, segundo uma declaração conjunta.
Poucos detalhes do possível acordo foram revelados. Segundo o governo ucraniano, entre as exigências estavam: a interrupção do conflito em todas as frentes; a troca de prisioneiros; e a devolução de crianças levadas à força para a Rússia.
Zelensky, que não participou da reunião, elogiou o encontro e disse que o acordo poderia abrir caminho para uma paz duradoura.
"A Ucrânia está pronta para aceitar esta proposta — nós a vemos como um passo positivo e estamos prontos para isso. Agora, cabe aos Estados Unidos convencer a Rússia a fazer o mesmo. Se a Rússia concordar, o cessar-fogo entrará em vigor imediatamente", afirmou.
Durante a reunião, os EUA anunciaram a retomada do compartilhamento de informações de inteligência e da assistência de segurança à Ucrânia.
Além disso, Ucrânia e Estados Unidos concordaram em acelerar um acordo para a exploração dos recursos minerais ucranianos.
Até o fim da noite de terça-feira, a Rússia ainda não havia se manifestado sobre o acordo. Trump afirmou que autoridades americanas devem conversar com os russos até esta quarta-feira (12) e não descartou uma possível ligação para Vladimir Putin.
O presidente americano também disse que estaria disposto a convidar Zelensky para uma nova visita à Casa Branca.
Poucas horas antes da reunião, a Ucrânia lançou um grande ataque de drones contra Moscou. O bombardeio deixou três mortos e 17 feridos, provocou incêndios e levou à suspensão temporária das atividades em quatro aeroportos da capital russa, segundo autoridades locais.
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