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Caieiras,06/02/2025

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Vice de Nunes defende ação da GCM contra moradores atingidos por alagamentos no Jd Pantanal: ‘agiu pra conter um mal maior’

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Mello Araújo (PL) disse que tumulto ocorreu após a subprefeitura cancelar a distribuição de senhas para o cadastramento de famílias afetadas por enchentes na Zona Leste: 'Começaram a querer invadir a escola'. ‘Guarda Municipal acabou intervindo pra evitar danos ao patrimônio’, diz Mello Araújo sobre bombas no Jardim Pantanal
O vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Mello Araújo (PL), defendeu na noite de quarta-feira (5) a ação da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que atirou balas de borracha e bombas de efeito moral contra moradores do Jardim Pantanal, na Zona Leste, que enfrentam o 6° dia de casas alagadas.
Mais cedo, tinha ocorrido uma confusão no bairro após a Prefeitura de SP cancelar a distribuição de senhas para o cadastramento de famílias afetadas pelas enchentes.
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Numa escola do bairro, a gestão Ricardo Nunes (MDB) fazia o cadastramento dos desalojados para receberem um cartão emergencial de ajuda no valor de R$ 1 mil.
Porém, o vice-prefeito disse que os assistentes sociais da prefeitura identificaram que pessoas de outros bairros vizinhos e não atingidos pela tragédia estavam buscando o auxílio, sem terem direito a ele. E a subprefeitura da área resolveu, então, cortar a distribuição de senhas para novos cadastramentos.
Isso gerou revolta entre os moradores que, segundo Mello Araújo, tentaram depredar a escola.
“Começou a sair um tumulto. A Guarda Municipal acabou intervindo pra evitar até entre eles e danos ao patrimônio. Porque ali é uma escola. Eles começaram a querer invadir a escola e, por isso, foi contido pras pessoas lá dispersar. (...) Eles queriam invadir a escola e por isso que foi contido lá pessoas para poder dispersar. Nós fizemos o que? Sobrevoo com drone. A Defesa Civil fez para identificar os telhados, as residências em que foram abaladas e que deveriam receber o cartão”, disse (veja vídeo acima).
GCM usa bala de borracha para dispersar desabrigados do Jd. Pantanal que estavam na fila
“Lógico que, se por ventura, aparecer uma coisa diferente, será apurado. Mas o que houve ali foi uma contenção para que as pessoas não invadissem a escola e causassem um mal maior ainda. Pessoas que estavam na escola ficaram assustadas. Alguns se trancaram em portas lá porque, infelizmente, eles queriam invadir. A Guarda, lógico, cumpriu o papel dela de defender o patrimônio e também a vida das pessoas”, declarou o vice-prefeito.
3.500 cadastrados
Segundo Mello Araújo, a prefeitura já entregou o cartão de auxílio para várias famílias atingidas desde o sábado (31) e tem uma lista de mais de 3.500 pessoas cadastradas, que passaram por análise para entender se moram ou não nos locais atingidos pelas enchentes.
A ação da GCM na área gerou revolta entre os vereadores de oposição na Câmara Municipal de SP que estavam na região para acompanhar o drama dos moradores da área.
A vereadora Silvia Ferrado, da Bancada Feminista do PSOL, disse que pediu ao Subprefeito de São Miguel Paulista que fosse garantida a distribuição de senhas a todas as pessoas que estavam na fila, o que não foi atendido.
"É desumano obrigar pessoas que já perderam tudo a passarem horas numa fila pra se cadastrar e poder receber o auxílio. A Prefeitura precisa garantir o atendimento de todos. Só um prefeito que não se coloca no lugar das pessoas para tratar o povo dessa forma”, afirmou Silvia Ferraro.
Protesto na segunda-feira
Vice de Nunes enfrenta protesto de moradores do Jardim Pantanal, na Zona Leste, e se refug
Ex-PM da Rota e indicado ao posto pela família de Jair Bolsonaro, Mello Araújo foi chegou a ser alvo de um protesto de moradores do Jardim Pantanal na segunda-feira (3), em razão dos alagamentos no bairro.
Em nome do prefeito Ricardo Nunes (MDB), ele acompanha de perto os trabalhos da gestão municipal de ajuda à comunidade que está embaixo d'água, mas encontrou pela frente naquele dia uma população revoltada com os alagamentos, sendo obrigado a se refugiar numa escola municipal.
A principal reclamação é em relação a uma barragem no Rio Tietê, que estava, segundo eles, parcialmente fechada desde as chuvas de sexta-feira (31), impedindo a escoagem rápida da água no bairro.
Em entrevista à GloboNews, o vice-prefeito explicou que o protesto não foi contra ele, mas para reivindicações, e que não fugiu dos moradores.
"Estou lá desde sábado de manhã, quando começou a enchente, e não tive nenhum problema. Quando chegou a imprensa ao vivo, os moradores quiseram fazer a reivindicação. A manifestação não era contra minha pessoa. Era uma manifestação para apresentar as amarguras deles", disse.
Mello Araújo ainda afirmou que retornou para a escola pra fazer a entrega de auxílios aos moradores e para organizar a fila. Depois voltou para o mesmo lugar para conversar com a população e que não fugiu.
"Não houve retaliação ou briga. Eles só queriam se manifestar perante as câmeras. Não teve nenhum problema, estava tranquilo. Eles estavam chateados com a situação, e aproveitaram a imprensa pra se manifestar, foi só isso", disse.
Dancinha com a GCM
Nunes bate palmas e canta com policiais 'gás de pimenta na cara dos vagabundos'
A ação da GCM contra os moradores os moradores do Jardim Pantanal acontece menos 15 dias depois que o prefeito Ricardo Nunes foi filmando dançando e cantando com agentes da corporação, durante uma formatura no Anhangabaú, no Centro da capital.
Na ocasião, os policiais cantavam uma música que fazia apologia a ações violentas e dizia: "gás de pimenta na cara dos vagabundos", ao lado de um grupo de GCMs que acabava de se formar para atuar nas ruas da cidade.
Em conversa com a GloboNews, o prefeito de SP afirmou que apenas foi cumprimentar a corporação.
"Terminou a cerimônia e fui cumprimentar os novos GCMs como faço em todas as cerimônias de formatura, e estavam cantando", justificou Nunes.
O prefeito criticou o vídeo publicado pela imprensa: "Poderia ter um destaque do meu discurso onde eu ressaltei que o Smart Sampa identificou e foram presos pela GCM 500 foragidos da Justiça sem dar um único tiro", afirmou.
Por causa do flagrante, a Bancada Feminista do PSOL pediu que o Ministério Público investigue possível violação dos direitos humanos por parte do prefeito Ricardo Nunes e seu vice, Coronel Mello Araujo, que acompanhava o evento de formatura.
“O comportamento de Ricardo Nunes e do vice é uma ofensa a mães e familiares de inocentes vitimados pelo Estado, por puro racismo institucional. É inaceitável que um prefeito incentive a violência policial”, afirmou a covereadora Letícia Lé.
Até a última atualização desta reportagem, o Ministério Público ainda não tinha se pronunciado sobre o pedido dos vereadores que fazem oposição ao prefeito.

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