'Cheio de Ódio', chefe do tráfico morto na Ladeira dos Tabajaras, teve envolvimento com a morte do policial civil da Core, diz secretário
Conhecido como "Cheio de Ódio", Vinicius Kleber di Carlantonio Martins era dono do carro usado na tentativa de assalto que acabou com a morte do policial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite da Polícia Civil. Polícia faz operação na Ladeira dos Tabajaras
O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Felipe Curi, disse, em coletiva de imprensa na Cidade da Polícia, que o chefe do tráfico morto na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, teve envolvimento com a morte do policial ciivil João Pedro Marquini, marido da juíza Tula Mello.
Conhecido como "Cheio de Ódio", Vinicius Kleber di Carlantonio Martins era dono do carro usado na tentativa de assalto que acabou com a morte do policial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), a tropa de elite da Polícia Civil.
O veículo foi apreendido na comunidade Cesar Maia, em Vargem Grande, horas após a morte. O policial morreu depois de tentar reagir ao assalto.
Vinicius era apontado ainda como chefe do tráfico de drogas da Ladeira dos Tabajaras. Ele é um dos cinco mortos da operação. Outros três homens foram presos, mas os dois alvos da ação continuam foragidos.
O delegado chefe do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa, Alexandre Herdy, ressaltou que a investigação sobre os autores do crime vai continuar:
“Foi possível associar os dois investigados com o morro dos Tabajaras, definir o percurso realizado pelos criminosos que atacaram o nosso policial. Não foram só os dois. A operação possibilitou elementos que vão resultar no prosseguimento das investigações”, pontuou.
Antonio Augusto D'Angelo da Fonseca e Walace Andrade de Oliveira, procurados na operação da Core no Tabajara
Reprodução
De acordo com o delegado, Cheio de Ódio estava envolvido com a disputa por território com criminosos rivais na comunidade do Antares, em Santa Cruz, na Zona Oeste, mas estava escondido em Copacabana.
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A Ladeira do Tabajaras
O Tabajaras é uma favela que ocupa o morro que divide Botafogo de Copacabana, e seus acessos são por vias movimentadas desses bairros.
Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e da Core fizeram um cerco no Tabajaras e avançavam com o auxílio de um helicóptero. Traficantes reagiram a tiros.
Operação na Ladeira dos Tabajaras mira assassinos de policial civil no Rio
José Lucena/TheNews2/Estadão Conteúdo
Vídeos nas redes sociais mostram um helicóptero da Polícia Civil dando rasante em cima do Cemitério São João Batista e agentes da Core em diversas vias que dão acesso à comunidade.
A morte do policial da Core
Na noite de 30 de março, Marquini e Tula voltavam de Campo Grande, na Zona Oeste, em carros separados — horas antes, o policial civil tinha ido de carona com a mulher no Outlander dela pegar o Sandero dele, que estava em uma oficina para conserto.
Ao ver o trânsito parado no Túnel da Grota Funda, o casal decidiu seguir pela serra. Marquini vinha à frente, no Sandero, e Tula o seguia. Em uma das curvas, bandidos que fechavam a pista abordaram o Outlander de Tula.
O policial João Pedro e a juíza Tula Mello foram vítimas de um assalto a caminho de casa no último domingo. Ele morreu.
Reprodução/Fantástico
Ao perceber a ação dos criminosos, Marquini chegou a ligar para um amigo e deixou o celular no viva-voz. A juíza deu ré, mas os bandidos começaram a atirar. O agente saiu do carro armado, mas não deu qualquer disparo — foi atingido por cinco tiros de fuzil.
O carro da juíza foi atingido por três tiros, mas, como é blindado, Tula não se feriu.
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